Viagem: do fim ao começo do rio Amazonas

Grupo de cinco motociclistas, liderados pelo brasileiro Marcelo Leite, percorre o Amazonas para vivenciar a realidade de índios e ribeirinhos

26/03/2015 10:34

Fotos: Miguel Leite

Quando se fala em Amazônia é natural passar pela nossa cabeça vegetação densa e fechada, animais selvagens e índios quase sempre nus. Convenhamos, difícil é fugir desse estereótipo, não importa se o indivíduo é um estrangeiro que pouco sabe sobre o Brasil ou até mesmo um nativo. Fato é que a Amazônia envolve a palavra mistério, que por sua vez instiga a descoberta.

Baseado nessa constatação, o expedicionário Marcelo Leite, junto de mais quatro amigos estrangeiros, planejou uma viagem cuja principal referência seria o rio Amazonas, o qual nasce de um filete de água congelada em montanhas no Peru e vai ganhando forma e força em território brasileiro até desaguar no oceano Atlântico. “A ideia era ter como linha mestra o rio, contar a história das comunidades na bacia do Amazonas no sentido mais amplo possível”, explica Leite. Nasceu assim a expedição Raízes do Rio Amazonas.

A partida foi da pequena Curuça, no Pará, próxima da foz do Amazonas, de onde cruzariam toda a região por 9.500 km até a nascante no Peru. A água foi um grande obstáculo para chegar a determinadas comunidades, então precisaram atravessar trechos em barcos e pequenas canoas que até o fim do roteiro totalizariam 1.000 km. “Só nos restava confiar nos transportadores locais e exercitar a fé”, brinca Leite.

O contato com os locais era um dos pontos altos da viagem. Quando os motociclistas chegavam a uma cidade, eram atração. Surgiam muitas perguntas, curiosidade, sempre com um clima amistoso, a ponto dos moradores oferecerem alimento e hospedagem. “Nas comunidades à beira do rio muita gente anda de moto, jovens, adultos e até senhoras. Por isso, não era raro encontrar em quitandas, junto a tomates e cebolas, pneus e kit relação. Asfalto também não falta. Os políticos entenderam que isso faz toda a diferença na vida da população”, revela.

O contato com tribos indígenas, diz Marcelo Leite, foi muito positivo. “Somos gratos a eles por nos mostrarem seu mundo e se desdobrarem para nos receber bem.” Como retribuição, os expedicionários se comprometeram a conectá-los a outros povos que também têm como parte de vida cotidiana o rio Amazonas. Nos encontros, gravavam depoimentos de índios contando sobre sua vida e depois perguntando algo a outros grupos que não conheciam. As gravações nas diferentes tribos resultaram em um DVD, que agora está em processo de legendagem e será entregue a todas as tribos visitadas.

Os dois meses de viagem e 9.500 km percorridos proporcionaram muitas descobertas e aprendizado aos aventureiros. “O elo comum a povos tão diferentes que encontramos na expedição é o rio, que é essencialmente o ar e o relógio deles. Do rio tiram o alimento, movimentam a economia, é o meio de transporte e a diversão. Aprendemos a enxergar o rio Amazonas como um elemento vivo.”

Um detalhe chamou a atenção do grupo nessa expedição, um sentimento já visto em outras partes do mundo e que se confirmou agora. “O objetivo maior de pessoas que vivem em comunidades simples é ter uma família e poder encaminhar os filhos na vida dando educação. Às vezes nos esquecemos disso, por isso é um tapa na cara, um amadurecimento. Pode parecer uma ambição pequena, mas para mim é gigantesco”, conclui.

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