Viagem: dicas para pegar a estrada pela Europa

Nosso colaborador conta suas experiências pelo Velho Continente e dá sugestões para quem pretende viajar pela região em duas rodas

01/04/2015 16:11

Texto e fotos: Guga Dias



As minhas duas últimas publicações foram sobre o Peru, agora vamos dar um salto da América do Sul para Europa? A mudança é drástica em relação a vários pontos, tanto cultural como de estrutura. Vamos abordar os diferentes aspectos, mas para começar, falaremos das estradas. O roteiro que posso dar testemunho compreende o trecho entre Lisboa, em Portugal, até Misano, na Itália, cruzando a Espanha via Madri e Barcelona, e rasgando a costa da França. As nomenclaturas de uma forma geral são unificadas na zona do Euro, embora ainda haja algumas padronizações em discussão, principalmente em Portugal.



As estradas com nomenclaturas A# representadas sempre na cor azul, são autopistas duplicadas e pedagiadas. Os valores são altos e não é pelo fato de serem cobrados em Euros. Para se ter uma ideia, entre Barcelona, na Espanha, e Bolonha, na Itália, distantes cerca de 1.100 km, paguei no ano passado cerca de € 105, hoje aproximadamente R$ 370. Existem dois tipos de cabines de pedágio, ambas automatizadas. Na primeira, você retira um ticket no início das rodovias e segue viagem. Na segunda, você insere um cartão e paga em moedas, cédulas ou cartão de crédito – meu Master não foi aceito. Algumas cabines restringem o limite de troco e praticamente não aceitam notas de € 50.

 

As autoestradas são os caminhos mais curtos, porém os menos interessantes, pois são pistas projetadas de forma a terem o menor número de curvas, o que acaba tornando a viagem monótona. As interessantes placas que indicam a distância dos próximos postos de combustíveis e os valores cobrados deixam o condutor mais tranquilo. Bem que poderíamos ter dessas no Brasil! O limite de velocidade é 130 km/h, mas não é raro um carrão passar a mais de 200 km/h do seu lado. Mas atenção, o tal rapaz do carro esportivo é um infrator e pode ser multado. Aliás, o sistema de radar é interessante. Você é fotografado quando passa por ele e, depois de alguns quilômetros, geralmente antes de pedágios, um outro radar faz uma nova imagem. O sistema faz uma média da velocidade pela distância percorrida e te multa se for o caso.

Essa fiscalização pode ser burlada com uma simples parada para um café ou abastecimento do veículo, o que altera a média de velocidade. A julgar pelo movimento dos postos, essa brilhante sacada não partiu da cabeça de um brasileiro... No entanto, carros descaracterizados da polícia rodoviária contam com um radar na frente do veículo e ficam pra cima e pra baixo. Quando grudam atrás de você, verificam a velocidade e te mandam encostar se você estiver acima do limite permitido.

Sopa de letrinhas

Voltando às estradas e suas nomenclaturas, as sinalizadas por IP# são autoestradas também, mas se referem a trechos que não possuem pedágios – só o tédio da ausência de curvas. As marcadas pela letra E# também não possuem pedágios, mas quase sempre são curtas por se tratarem de estradas de ligação entre uma rodovia e outra.

Uma sugestão econômica e mais divertida é usar as estradas com nomenclaturas N# (nacionais) e “D#” (departamentais – equivalente as nossas estaduais). Estas raramente são duplicadas, mas mesmo sendo vicinais, possuem duas pistas para cada lado em boa parte de suas extensões. Apresentam caminhos sinuosos e cruzam pequenas cidades, vilarejos e sítios arqueológicos incríveis como Molinas de Aragon, no trecho da N-211 entre Madri e Barcelona (via interior), que cruza as ruínas de um incrível castelo, com muralhas gigantescas impressionantes, sem contar cidadezinhas congeladas no tempo e o famoso Meridiano de Greenwich, que divide o lado ocidental do oriental.

Nos próximos textos vamos falar sobre os pontos turísticos na Europa, e mostrar mais detalhes de suas pistas que contrastam principalmente com as encontradas no Brasil e na América do Sul.

Sobre o Autor:

Guga Dias é jornalista e editor do site de moto turismo Diário de Motocicleta. Guia grupos em passeios e viagens de longa distância pelo Brasil e América Latina. Já percorreu de moto 120 cidades em 23 estados brasileiros, seis países da América do Sul e quatro países na Europa.

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