10/07/2015 17:34
Texto: Magno Augustos Xavier
O fim de semana havia chegado e resolvi praticar meu esporte predileto, o motocross, ou seria a motovelocidade? Na dúvida, e para não passar vontade, decidi fazer de tudo um pouco: pela manhã correr na terra e à tarde na pista, mesmo dispondo de apenas uma motocicleta. Com ajuda do piloto Francisco “Chiquinho” Velasco, campeão brasileiro de motocross e supermoto (que mescla asfalto e terra), desembarcamos uma Honda CRF na pista de motocross vizinha ao kartódromo de Praia Grande (SP). Lá aceleramos a especial de 450cc que vencera uma prova de MX1 a menos de dois dias. Após saltos, curvas e muita lama resolvemos partir em direção ao kartódromo que, mesmo sem contar com o trecho off-road dentro do percurso, é utilizado para a prática de supermoto.
Já na pista substituímos rapidamente as rodas originais de 21” e 19” por outras de aro 17” calçadas com pneus slick próprios para a prática de supermoto. Além das rodas e pneus apropriados é necessário o uso de um disco de freio dianteiro de maior diâmetro, já previamente instalado na roda, e um espaçador para acomodar a pinça de freio. Quanto à roda traseira, basta utilizar a mesma coroa usada no motocross ou até uma menor com a respectiva corrente mais curta. “Não se esqueça que no asfalto é preciso aquecer os pneus por pelo menos duas voltas antes de atacar as curvas”, alerta Velasco.
Assim como nos circuitos off-road, em pistas de kart também é necessário vestir equipamento de proteção. Usamos o mesmo equipamento sujo de terra, como nas origens do supermoto: capacete, óculos, botas, joelheiras articuladas e colete com protetores de coluna, ombros e cotovelos. O ideal é trocar pelo menos as luvas pelas de couro, por causa da maior capacidade de abrasão do asfalto. A tendência atual é o uso de macacão de couro para motovelocidade.
Cronometrando
Ao entrar no kartódromo testei os dois estilos de pilotagem, de motocross, com a moto mais inclinada que o corpo e a perna fora da pedaleira, e o inverso como na motovelocidade. Em ambos percebi muita agilidade na mudança de direção, o que foi útil para enfrentar as curvas fechadas típicas de um kartódromo. A sensação de velocidade empolga, a CRF devora as pequenas retas em um frenesi de acelerações e frenagens.
Enfim, com relutância cedi a motocicleta ao piloto de testes Ismael Baubeta, que encarou a pista ao melhor estilo motovelocidade e em 10 voltas já havia atingido um tempo considerado bom para a categoria. Nesse momento tive certeza de ser possível treinar no motocross e no supermoto sem manter duas motos na garagem, bastando um segundo kit de rodas e pneus.
Além da aquisição da moto, que custa a partir de R$ 34 mil se for uma especial para motocross de 250cc, é necessário investir por volta de R$ 4.500 para montar o “kit supermoto básico”: um par de rodas (aro, raios e cubos) de 17 polegadas com talas de 3,5 polegadas na dianteira e 4,5 na traseira, disco de freio dianteiro de maior diâmetro (320 mm) com espaçador para a pinça, além de pneus para uso esportivo. Coroa e corrente podem ser as mesmas utilizados para o motocross.