22/04/2021 17:10
Se você só acredita nos remédios tarja preta para amenizar sintomas de estresse e depressão, comece a rever seus conceitos. O engenheiro mecânico Gian Paulo Tommasi prefere um remédio à base de aço e ferrugem. “Prefiro gastar com motos em vez de remédios”, costuma dizer.
A terapia do engenheiro é aproveitar horas vagas restaurando na garagem de casa modelos que ficaram esquecidos nos últimos anos. Mecânica, serralheria, pintura, enfim, quase tudo o que é preciso para transformar o que outros deixaram de lado em uma antiga cobiçada é feito por conta própria.
Tommasi tem outra profissão e explica que não reforma motos por motivação financeira. O grande prazer é vê-las de volta às ruas. “Encontro motos esquecidas em galpões, oficinas e garagens de vários pontos do país”, conta. “Cheguei a ter mais de 30, mas de tempos em tempos acabo vendendo algumas que já foram recuperadas para amigos”. Ele diz que vende por “valores realistas”, para que as motos voltem a rodar.
Apesar de já ter restaurado dezenas de motocicletas, ele não pretende ser um colecionador. “Procuro motos que tenham muito para ser feito, o que alguns chamam de sucata. Assim tenho o desafio de colocar o conhecimento em prática para dar vida à escolhida”.
Dependendo da moto, o engenheiro resgata a condição original – caso da pequena Suzuki RV 90 com que chegou a nossa redação. Caso o estado seja muito ruim e faltem peças difíceis de encontrar, ele customiza como fez recentemente com uma Suzuki GT 550 transformada em café racer. “O grande barato é curtir e andar com a moto depois de pronta”, assegura. “Depois, se tiver alguém interessado, vendo sem problema e parto para o próximo projeto”.
A Suzuki RV, semelhante à Honda Monkey, sempre foi uma de suas fixações, desde a infância nos anos 1970. Já restaurou nove delas! “Foi difícil encontrar uma totalmente original como esta, é igual à deste teste de 1976”, aponta, abrindo uma revista antiga. Outras que recentemente voltaram a rodar por suas mãos foram Suzuki A 100, Yamaha AT1 e as Honda SS 50, ST 70 e CB 360.
Tommasi acrescenta que não se trata apenas de motos. As amizades e horas de papo com fornecedores e compradores das motos reúne outros apaixonados por antigas.
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