Honda traz Twister, SH300 e Africa Twin ao Salão Duas Rodas

Street de 250cc volta a ser vendida já neste mês; scooter e big trail somente em 2016

06/10/2015 11:06

A Honda acaba de anunciar a saída de linha da CB 300R e sua substituição por um novo modelo de 250cc criado para o mercado brasileiro e batizado de CB Twister. A trail XRE 300 continuará em linha como modelo 2016. A decisão por uma nova 250 desenvolvida para o mercado local e não pela nacionalização da CB 300F já existente no exterior – versão sem carenagem da CBR 300R, com refrigeração líquida – foi motivada pelo controle de custos e menor exposição a componentes importados em dólar.

Já a escolha pelo nome Twister remete à 250 de sucesso do passado e descola a imagem de sua antecessora CB 300R deixando claro que não é uma atualização. O desenvolvimento partiu de uma folha em branco, tudo é realmente novo, desde o chassi tipo diamante mais leve que incorpora o motor à estrutura em vez de manter um berço tubular para sustentá-lo. No total, a Twister é 10 kg mais leve que a 300.

A preocupação com os custos e a meta de paridade com o preço da Fazer 250 determinou algumas simplificações, que, segundo o engenheiro Alfredo Guedes, também buscaram a conciliação com um bom desempenho. “O comando de válvulas simples (SOHC) para as 4 válvulas, com balancins roletados, é um exemplo”, diz. “Esta solução foi pensada para possibilitar a subida de giros do motor mais rápida devido à menor quantidade de componentes no conjunto de válvulas e acionadores”. Claro, um comando simples custa menos para ser produzido, montado e depois mantido. O câmbio retoma as 6 marchas existentes na antiga Twister, otimizando as relações para melhor aproveitamento do motor, e comparativamente está mais curto nas três primeiras marchas para ajudar na arrancada.

O novo motor produz 22,4 cv a 7.500 rpm (26,5 cv a 7.500 rpm na 300 e 20,7 cv a 8.000 rpm na Fazer). As suspensões têm na dianteira tubos de 37 mm e 130 mm de curso, já a traseira é monoamortecida e vem com uma novidade, o amortecedor recebeu mola dupla, ou seja, são duas molas de tensões diferentes para conferir mais progressividade ao conjunto em vez de uma com áreas de tensões variadas. A menor tem elos que oferecem menos resistência e trabalha nos movimentos iniciais, de menor impacto, enquanto a segunda entra em ação para impactos maiores. O amortecedor trabalha sem links e seu curso é de 108 mm.

O desenho cria identificação com a CB 500F, que por sua vez já havia determinado as linhas da CG 160 lançada há pouco. O desenho das rodas é igual ao da CG, logicamente em componentes com tala mais larga, e usam pneus radiais. O formato do tanque com a protuberância no bocal confere um formato de vulcão e as largas abas laterais do tanque ajudam a encorpar a moto. Até as alças da garupa se assemelham aos componentes da 500.

O painel digital é outra diferença rapidamente percebida, retangular como no restante da linha da marca, só que mais alto, com indicadores maiores para facilitar a leitura e de fundo preto com mostradores claros, num negativo do que estamos acostumados a ver. Tem as mesmas funções disponíveis na antecessora: velocímetro, conta-giros, hodômetros, nível de combustível e relógio. Montado nela a posição se mostra confortável e menos esportiva, o guidão está posicionado um pouco mais alto do que na CB 300, as pedaleiras são recuadas na medida certa e o banco tem cobertura de espuma com densidade firme, mas amigável.

A Twister começa a ser comercializada este mês pela Honda por R$ 13.050 na versão standard e R$ 14.550 com freios ABS.

Scooter SH 300 em 2016

Depois de muita espera finalmente a Honda preparou a estreia do scooter SH 300 para o começo de 2016 para concorrer com Dafra Citycom 300, lançado em 2010 e que hoje custa R$ 16.990. O scooter acaba e ser remodelado na Europa, seu principal mercado, onde recebeu conjunto de iluminação por LEDs entre outras atualizações. Seu motor de 1 cilindro com 4 válvulas usa comando simples, assim como a nova Twister, e tem 279cc.

É refrigerado por líquido e produz 25 cv. Seu tanque para 9 litros permite autonomia próxima de 300 km, segundo a Honda, que divulga até 33 km/l. No porta-objetos embaixo do banco cabe um capacete integral. As rodas de 16 polegadas são item especialmente importante para a segurança no asfalto brasileiro irregular e o ABS será item de série. A Honda ainda não divulgou o preço do SH 300, mas deve ficar acima do Citycom 300i, até por conta do sistema eletrônico anti-travamento. No Salão Duas Rodas há unidades disponíveis para test-ride em espaço próximo à entrada do estacionamento.

Africa Twin também vem

A nova big trail da marca também está exposta no estande da marca no Salão Duas Rodas e será vendida depois do scooter SH 300, provavelmente no segundo trimestre de 2016. O modelo representa um retorno às raízes do off-road e por isso mereceu ser batizada de Africa Twin, como o modelo de sucesso da década de 1980 originado das participações no rali Dakar. A carenagem frontal estreita e alta lembra a linha adotada pelas CRF 450 Rally que agora disputam as primeiras posições no Dakar; o banco estreito avançando sobre o tanque insinua uma preocupação especial com a condução em pé; e as rodas raiadas com diâmetros de 21 polegadas na dianteira e 18” na traseira confirmam: a CRF 1000 pretende ser uma nova referência para quem busca viagens sem restrição de terreno.

Diferentemente do modelo original com motor V2 de 750cc, a nova Africa Twin terá um 2 cilindros em linha de 998cc com tempos defasados em 270° para privilegiar o torque e reproduzir a sensação de pilotagem de um V2. São 10 kgf.m a 6.000 rpm e 94 cv a 7.500 rpm – a Suzuki V-Strom 1000 é o parâmetro mais próximo e rende 10,5 kgf.m a 4.000 rpm e 100 cv a 8.000 rpm com seu V2. Controle de tração e embreagem deslizante, que evita o travamento da roda traseira em reduções de marcha, são itens de série. 

A principal inovação na Africa Twin renascida é a nova geração do câmbio DCT já usado na VFR 1200X como opcional, permitindo trocas automáticas em modos Drive e Sport, além das manuais por teclas. O ABS pode ser desligado na roda traseira e o modo off-road acionável pelo painel reduz o deslizamento da embreagem para aumentar a tração. A transmissão final, aliás, é por corrente. Nos conjuntos de freios e suspensões não faltou cuidado, tanto nas especificações, como no acabamento: disco duplo de 310 mm com pinças radiais de quatro pistões, pastilhas sinterizadas, garfo invertido com regulagens. O preço também não está definido, mas a Honda nacionalizará a produção em Manaus (AM), assim como fará com o scooter, para reduzir a exposição ao dólar e conseguir um valor mais competitivo.  

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