Honda cruza XRE com Bros para criar nova XRE 190

Conceito da XRE é aplicado à base da Bros para criar modelo de estética mais interessante, com motor de maior capacidade

06/05/2016 12:33

A nova Honda XRE 190 começa a ser vendida neste mês para ocupar o espaço entre Bros 160 e XRE 300, por R$ 13.300. O valor, que é equivalente ao da CB 250 Twister, inclui ABS apenas no freio dianteiro e fica entre os R$ 11.257 da Bros topo de linha ESDD e os R$ 15.560 da XRE 300 básica (sem ABS). A proposta foi aplicar o conceito da XRE incorporando design mais interessante à base da Bros, com um motor de capacidade aumentada, oferecendo uma opção urbana que entrega mais que a 160 para quem não tem fôlego monetário ou simplesmente não precisa da XRE.

Partindo de chassi, suspensões e conjunto de rodagem da Bros, a XRE 190 inclui um motor com cilindro de maior diâmetro que rende pouco mais de 10% mais potência e torque que o 160, ou seja, proporção semelhante à de seu crescimento de 162cc para 184cc: a potência sobe de 14,5 cv para 16,3 cv e o torque de 1,46 kgf.m para 1,65 kgf.m (números com gasolina).  

Os freios também partem do conjunto da Bros, com os mesmos discos na dianteira e traseira, mas ganha o chamado “ABS de uma via”, o que significa que está presente apenas em uma roda, no caso a dianteira. O recurso foi criado pelas fornecedoras do sistema para reduzir o custo e alcançar modelos de baixa cilindrada, que já são alvo de obrigatoriedade na Europa e até 2019 também no Brasil (aqui o sistema combinado CBS poderá ser uma alternativa). 

Passando os olhos pela XRE 190 nota-se a proposta já usada pela 300 com linhas de ângulos e vincos acentuados como na nova Twister, replicando o falso para-lama elevado, carenagem fixa separada do guidão e aletas que alargam o tanque (maior, passa de 12 para 13,5 litros). Banco, laterais plásticas e traseira seguem o que já exitia na Bros, com bagageiro que integra alças e a lanterna embutida por baixo, mas a ponteira de escapamento antes cilíndrica ganhou um acabamento com orifício trapezoidal na extremidade. Pintura metalizada, tampas do motor pintadas de cinza-escuro e aros de aço cromados em tom cinza transmitem uma percepção de acabamento superior.

Na prática        

Montando na 190 o básico da ergonomia lembra a Bros, com o corpo mais encaixado à frente do assento, pernas abraçando o tanque estreito e guidão largo. Acelerando em pista fechada ficou claro que entrega mais que a 160, mesmo com 6 kg adicionais, e as respostas mais rápidas do motor evidenciam o aumento de torque. Do câmbio de 5 marchas do conjunto mecânico 160 restou apenas a 1ª, o restante das relações foi alongado.

Em nossa incursão pela terra também se saiu bem, apesar da proposta da moto, segundo a Honda, estar voltada ao uso urbano. O longo curso das suspensões (180 mm na frente e 150 mm atrás, como na Bros) com aro de 19 polegadas absorve bem as imperfeições e mostra que está preparada para engolir os buracos de nossas metrópoles. A primeira sensação ao subir na moto é de que as suspensões são muito macias e cedem facilmente, assim como na Bros, mas rodando com ela percebe-se que foi feita para absorver o que aparecer pela frente. Quanto ao ABS, que é outra grande evolução sobre a Bros, responde sem surpresas e com bom acerto assim como o da XRE, inclusive para pisos de baixa aderência. Os freios revelam bom tato e pegada, como é característico dos sistemas usados pela marca.

A criação da XRE 190 vem preencher um espaço potencial que a Honda estima em 2.700 unidades mensais, 60% mais que as vendas de XRE 300. O público-alvo é de proprietários de Bros e concorrentes usadas, mas outra parcela importante deve vir do redirecionamento de quem não tem renda suficiente para conseguir aprovação de financiamento para as trail 250 e 300. Se a previsão da Honda se confirmar a XRE 190 será a 2ª mais vendida da categoria, atrás apenas das 11.200 unidades da Bros e com larga vantagem sobre as Yamaha XTZ 125, 150 e 250.    

APLICATIVO



INSTAGRAM