Ducati inicia as vendas da Scrambler Icon, modelo de entrada da marca

Fabricante italiana também promete para ano que vem novas Panigale e Multistrada

06/10/2015 14:28

A Ducati gosta de dizer que a nova Scrambler é a moto que estariam fabricando hoje, caso não tivessem descontinuado o modelo 40 anos atrás. No fim dos anos 1960, o crescimento da prática off-road pelos jovens americanos, especialmente de regiões desérticas como a Califórnia, motivou um revendedor local a encomendar a adaptação de um modelo de rua para a criação da Scrambler original. Passadas várias décadas a Ducati sentia falta de um modelo “cool”, com apelo entre um público urbano jovem, despojado, que cria sua própria moda como forma de expressão – também pode chamar de hipster.

Assim surgiram a Scrambler e suas quatro versões: a Icon é o modelo básico, a Urban Enduro faz referência às raízes off-road (rodas raiadas, para-lama alto, grade no farol, guidão em estilo motocross, pintura verde, banco marrom), a Full Throttle é mais esportiva (preta com faixas amarelas, guidão baixo, para-lama curto, ponteira dupla) e a Classic remete ao estilo retro (rodas raiadas, um tom de amarelo gema, painéis laterais do tanque cromados, banco marrom e para-lamas de alumínio polido). Todos os acessórios que compõem as versões também são vendidos à parte para quem quiser criar o próprio modelo ou alterá-lo depois de algum tempo, entre outras opções de acabamentos que compõem uma extensa linha à venda nas concessionárias.

Ao montar na Scrambler chama atenção como é fácil tocar os pés no chão com seu banco a 790 mm de altura. A partida revela um painel simples que dialoga com o restante do estilo, circular em mostrador único como nas origens, mas que aceso mostra tecnologia digital e facilidade de leitura. O display destaca a velocidade, tem a escala do conta-giros na parte inferior e informações como hodômetros e temperatura se revezando acima da velocidade, em números menores – as luzes-espia ficam escondidas no aro preto em volta do LCD. No assunto iluminação houve um cuidado especial com o farol contornado por quatro feixes de LEDs e na lanterna iluminada difusamente no centro, o que chamaram de “efeito 3D” devido a uma espécie de capa acesa uniformemente em formato de U, enquanto em volta dela o freio completa o conjunto acionando a potência dos LEDs.      

A Ducati optou por uma roda dianteira de aro 18 polegadas em vez de 19 porque queria manter a Scrambler ágil em ambiente urbano, sem perder a estética todo-terreno para as pequenas rodas 17 convencionais de asfalto. Os pneus Pirelli MT-60 foram criados para ela com sulcos bem demarcados, que permitem um off-road leve, largura de 110 mm na dianteira e 180 mm na traseira. Atrás o aro é 17 para “manter as proporções visuais”, já que o pneu é maior e a circunferência total acaba sendo equivalente. As suspensões têm 150 mm de curso, mais que uma naked com seus 120 mm e menos que uma trail ou big trail, para melhorar a absorção de impactos do asfalto sem exagerar na altura.

O motor V2 refrigerado a ar com 2 válvulas por cilindro veio da antiga Monster 796 e já está extinto no restante da linha (que passou à refrigeração líquida e 4 válvulas), mas é justificável neste caso: a refrigeração líquida aumentaria o custo de produção da Scrambler, que tem a missão de ser o novo modelo de entrada da marca, enquanto as aletas de refrigeração aparentes são desejáveis numa moto de estilo retrô. Outro fator é que a configuração de duas válvulas privilegia o torque tão necessário em uso urbano. Mudanças na alimentação e comando de válvulas deixaram o motor da Monster mais forte em baixos regimes e linear na evolução das rotações. 

O preço sugerido da Ducati Scrambler Icon é de R$ 36.900, menos do que o valor cobrado pelo antigo modelo de entrada, a Monster 796, e distante da nova Monster 821, que traz mais tecnologia embarcada por R$ 43.900. As outras três versões serão vendidas a partir de 2016. Como parâmetro, as clássicas de de Harley-Davidson (Sportster 883) e Triumph (Bonneville e Thruxton) custam ao redor de R$ 33 mil. As outras três versões da Scrambler também virão ao Brasil, mas somente no ano que vem.

Multistrada aprimorada

O conceito de big trail esportiva introduzido pela Multistrada 1200 serviu de inspiração para inúmeros modelos de outras marcas, mas os italianos não se acomodaram e neste ano incrementaram o modelo com retoques no visual, além de incorporarem mais tecnologia. A principal novidade da Multistrada que será vendida no país a partir de março de 2016 no Brasil fica por conta do novo motor Testastretta DTV, com comando de válvulas de admissão variável: o V2 entrega mais performance ao disponibilizar 160 cv e 13,8 kgf.m, contra 150 cv e 12,7 kgf.m da versão ainda à venda, e fica 8% mais econômico.

Panigale agora é 1299

A nova 1299 Panigale começará a ser vendida na mesma época, seguindo diretrizes semelhantes de atualizar sutilezas no design e melhorar o desempenho. Ao passar de 1199 para 1299 os 2 cilindros ganharam diâmetro, a potência atingiu 205 cv e o torque 14,7 kgf.m. A versão S também recebeu novas suspensões ativas Öhlins Smart EC, com ajustes eletrônicos feitos pelo punho esquerdo de maneira simples, e geometria revisada para torná-la ainda mais rápida nas mudanças de direção. Outra novidade é o quick-shift bidirecional, que eleva marchas sem precisar acionar a embreagem.

Tanto a Multistrada quanto a Panigale novas começarão a ser comercializadas no primeiro trimestre de 2016 e ainda não tiveram seus preços definidos pela marca.

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