Dakar 2020: conheça modelos que fizeram fama no rali

Competição off-road mais desafiadora do mundo produziu sucessos como Yamaha XT, BMW GS e Honda Africa Twin

03/01/2020 11:01

O rali Dakar 2020 começará na próxima semana, no dia 5, na Arábia Saudita. As últimas 18 edições foram vencidas pela KTM, que domina a competição desde 2001. Mas nem sempre foi assim: muitas marcas e modelos fizeram fama vencendo o Dakar desde o início, em 1979. Conheça motos que atravessaram décadas como sucessos de vendas, iniciando a trajetória vitoriosa no pódio do rali.

Yamaha XT        

Nos anos 1960, as motos para uso fora de estrada eram produzidas por fabricantes europeias especializadas como Bultaco e Husqvarna. Ou eram modificações sobre modelos de rua, como as que originaram o estilo scrambler. 

A Yamaha percebeu que havia uma demanda crescente por motos de uso misto e mirou o mercado americano criando a DT-1, em 1968. Tinha motor de 2 tempos, que funcionava com adição de óleo à gasolina, e 250cc. A criação da XT 500, com tecnologia 4 tempos, foi uma sequência natural para expandir a linha num mercado crescente. E iniciou a forte ligação da marca com os ralis.

Primeira monocilíndrica de 4 tempos da marca, foi apresentada em 1975 como TT 500 para uso exclusivamente off-road. Foi seguida pela versão de rua XT 500, em 1976. O objetivo da Yamaha era construir uma “big single” leve, compacta, durável e esteticamente atrativa. Esse motor rendia 32 cv a 6.500 rpm e 4 kgf.m a 5.500 rpm. 

A consagração da família 500 veio depois de conquistar os dois primeiros lugares no rali Dakar inaugural, de 1979. E as quatro primeiras posições no ano seguinte. Ao longo das últimas décadas a linha XT incorporou modelos de baixa cilindrada, como a 225 e a 250. E evoluiu com as variações 600 e 660.

BMW GS

A história da big trail com o tradicional motor alemão de 2 cilindros boxer começou em 1980. O lançamento da R 80 GS elevou o patamar de performance estabelecido pela XT 500, agora com 797cc. Produzia até 50 cv a 6.500 rpm e 5,7 kgf.m a 5.000 rpm. Outra diferença era a transmissão final por eixo cardã, mais durável que a corrente. 

A R 80 GS foi coroada com a vitória no primeiro Dakar após o lançamento, de 1981. O domínio da GS na primeira metade da década de 1980 incluiu os títulos de 1983, 1984 e 1985. Até uma versão comemorativa Paris-Dakar foi vendida com tanque para 32 litros, em vez dos 19 originais. 

Na segunda metade da década de 1980 o modelo foi sucedido pela R 100 GS, de 980cc. E o motor seguiu crescendo com os modelos 1100, 1150, 1200 e a atual R 1250 GS.    

Honda Africa Twin

Os dois primeiros anos do Dakar foram vencidos pela Yamaha, no terceiro foi a vez da BMW GS e no quarto da Honda, com a XR 550. Mas os alemães voltaram a vencer três provas consecutivas. 

Em 1986 a Honda chegou decidida a dominar o já popular rali trazendo pela primeira vez um protótipo de competição, que não existia nas ruas. A NXR 750V foi criada pela divisão HRC para ser pilotada pelo ex-campeão com a Yamaha Cyril Neveu. Começou um domínio de quatro anos (1986-1989), que em 20 de maio de 1988 rendeu o lançamento do modelo de rua XRV 650 Africa Twin.

A nova touring todo-terreno da Honda não era a mesma moto do Dakar, e sim inspirada por ela. Mantinha características como o motor em V de refrigeração líquida e a estética definida por tanque largo e carenagem frontal. 

A Honda Africa Twin concorria diretamente com a versão Ténéré da Yamaha XT 600, sucessora da vitoriosa XT 500. Usava tecnologia mais recente e entregava rendimento superior, afinal tinha 2 cilindros refrigerados a líquido (57 cv e 6,1 kgf.m) contra 1 cilindros a ar da Yamaha (46 cv e 4,5 kgf.m). Por outro lado, isso deixava a Africa Twin mais pesada que a Ténéré. Em 1990 a cilindrada foi elevada para 750, o que rendeu até 62 cv e 6,4 kgf.m. A Africa Twin atual tem motor de 2 cilindros paralelos, incialmente 1000 e agora 1100.

Yamaha Ténéré

Apesar da forte associação com o rali, a Ténéré nunca venceu a competição. Surgiu como uma versão de longo alcance da XT 600, com tanque para 30 litros. O nome é uma referência à região Sul do deserto do Sahara. 

A Ténéré fez tanto sucesso que ganhou vida própria, como modelo independente da XT. Nas últimas décadas originou o modelo 660 e a atual 700.

Ao contrário da Honda, a moto de rua foi sucedida por um protótipo de competição. Assim a Yamaha voltou a conquistar o Dakar nos anos 1990, com a YZE 750 e a YZE 850, ambas de 2 cilindros (1991-1993 e 1995-1998). As motos corriam com adesivos “Ténéré” colados no tanque, mas o mais próximo delas nas ruas era a Super Téneré. O modelo topo de linha da família Ténéré tinha 2 cilindros de 750cc com refrigeração líquida e 5 válvulas cada (70 cv e 6,8 kgf.m). 

 

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