Com nova Africa Twin, Honda sonha reviver a glória do Dakar

Fabricante investe em mega estrutura para voltar a vencer o rali mais desafiador do mundo e impulsionar vendas da nova big trail

14/01/2016 14:22

O investimento da Honda para vencer o Rally Dakar fica evidente no acampamento. São nove pilotos oficiais trabalhando de forma cooperada e até cedendo peças aos favoritos quando necessário, mais a infra-estrutura correspondente para atender suas motos, enquanto a KTM – que há 14 anos domina a prova – planejou levar cinco e ficou com apenas quatro pilotos quando o britânico Sam Sunderland quebrou o fêmur dias antes do rali. Um bom motivo para a expectativa da Honda, senão o principal, é o retorno mundial da big trail Africa Twin, que não por acaso estava exposta na área reservada à marca dentro do circo da largada promocional, em Buenos Aires (Argentina). “O lançamento será nosso carro-chefe neste ano”, admite Alexandre Cury, diretor comercial da Honda Brasil.  

A associação entre vitória no esporte e sucesso nas vendas é inegável, inclusive através do Dakar. Vitórias no rali beneficiaram os lançamentos de modelos como BMW GS, Yamaha Ténéré e a própria Africa Twin, que em sua primeira geração (XRV 650) foi produzida de 1988 a 1989, quando virou XRV 750. A equipe Honda chegou a estar na frente da KTM em 2015, em sua terceira participação após 23 anos afastada do Dakar, mas bateu na trave com a 2ª colocação de Paulo Gonçalves, atrás da KTM de Marc Coma. Neste ano novamente se revezou nas primeiras posições das etapas iniciais, embora sua vitória agora pareça impossível depois que Gonçalves teve problemas no radiador da sua moto na nona etapa da competição.    

“Corri o Dakar em 2014 e posso dizer que essa estrutura é invejável”, confirma Dário Júlio, bicampeão do Rally dos Sertões e hoje chefe da equipe de rali da Honda, responsável por quatro pilotos que compõe o time com o HRC. “Da Honda South America (HSA) temos dois veículos 4x4 com ferramentas e peças, dois carros de passeio para transporte de equipe e apoio e dois motorhomes, além da estrutura da HRC”, completa. No motorhome ao lado a presença do vice-presidente da HRC Shuhei Nakamoto, sempre visto acompanhando de perto o desempenho da equipe de MotoGP, indica a importância da missão dos pilotos neste ano. “Diferente da MotoGP, o Rally Dakar não permite erros, um vacilo e você perde a competição”, compara.

Africa Twin e Dakar

Em 1986 a Honda colocou o campeão francês Cyril Neveu em cima da nova NXR 750V para desbancar a BMW R100GS, que já acumulava três vitórias consecutivas desde que a Honda vencera em 1982. Começava a campanha que renderia quatro títulos à marca e prepararia o terreno para o lançamento do modelo de rua Africa Twin, para concorrer com a bem-sucedida Yamaha Ténéré. A big trail da Honda seria produzida até 2003 e depois disso a marca seguiria uma orientação mais voltada ao asfalto, até que no fim deste ano retomou o conceito de motos todo-terreno com elevada capacidade off-road iniciando as vendas da nova geração por Japão e Europa, com previsão de chegada ao Brasil no fim deste semestre.  

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