Coluna do Leandro Mello: novos conceitos em duas rodas

Nosso piloto de testes viajou até os Estados Unidos para andar na LiveWire, o protótipo de motocicleta elétrica da Harley-Davidson

23/10/2014 16:04


Leandro Mello é piloto de testes de Duas Rodas e do programa Auto Esporte, da Rede Globo


 


Fui convidado pela Harley-Davidson para testar a primeira moto elétrica da marca, a LiveWire, em condições reais. O modelo ainda é um protótipo e está percorrendo os Estados Unidos em testes com clientes. A opinião do publico é cada vez mais importante para a fabricante, como mostraram as mudanças nos modelos deste ano feitas a partir de pesquisas (que batizaram de Projeto Rushmore), até porque modelos revolucionários podem representar uma quebra conceitual tão grande que não são bem recebidos por parte do público fiel da marca, caso da V-Rod nos Estados Unidos.


 


A LiveWire dá um banho em muitas marcas e coloca a Harley à frente em um futuro que custa a chegar: produtos que não poluam, mas despertem sonhos e adrenalina. Meu teste começou em Kansas, onde tive o privilegio de ter três unidades à disposição por um dia todo, diferente dos testes realizados até aquele momento em circuito demarcado de apenas 1 milha!


 


Com isso, e sem fiscalização, pude andar bastante e fazer tudo o que eu precisava para ficar surpreso e realizado com o modelo. O design é o primeiro ponto que deixa de queixo caído, é futurista, compacto e agressivo. O painel touchscreen oferece informações sobre carga de bateria, modo de potência selecionado e velocidade. Muito cuidado ao ligar a LiveWire, sem som nenhum na partida, porque parece que continua desligada, mas o acelerador está preparado para liberar seus quase 80 cv de potência. 


 


Parti para a primeira volta e fiquei pasmo com a aceleração, é realmente forte e faz de 0 a 100 km/h em menos de 4 segundos. Comparo o desempenho a uma Yamaha XJ6, só que sem perda de tempo com troca de marchas, uma aceleração contínua. Saí de uma curva e acelerei tudo, tomei meu primeiro susto, ela destraciona a traseira! Entrei em um grande estacionamento e testei de tudo, frenagem, aceleração, retomada, velocidade final e curvas. 


 


A primeira arrancada em aceleração total destracionou novamente, deixando marcas de borracha no asfalto. As frenagens são fortes, mas o que mais me impressionou além do desempenho do propulsor foi o que faz de curva. Fui me empolgando com o que deitava e sem querer ralei o joelho no chão! Arrisco dizer que está mais para naked que custom. A velocidade está limitada a 153 km/h, mas passaria facilmente disso. 


 


Hoje o único problema está na autonomia: ela percorre 80 km com carga total, que precisa de três horas e meia plugada à tomada. Com todo o resto já praticamente resolvido e bem acertado, fiquei imaginando como seriam as corridas com motos assim. Não perderiam o glamour e daríamos um grande passo para um futuro melhor. 


 



Para que as motos elétricas ganhem as ruas só faltam o consenso das fabricantes e postos de abastecimento. Imagine se além de carregar você pudesse trocar a bateria por outra já completa? Esse projeto também já existe, só falta acontecer.


 

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