17/12/2014 10:42
Texto e fotos: José Teiga Júnior
Depois de uma longa jornada de avião que começou em Porto Alegre (RS), passou por São Paulo (SP) e Joanesburgo (África do Sul), cheguei a Nairobi, no Quênia. Foi lá que reunimos o grupo de motociclistas de diversas nacionalidades e recebemos as motos para a viagem. Minha BMW F 800 GS tinha apenas 6 km rodados. A turma era bem variada, composta de quatro canadenses, dois equatorianos e o guia alemão. Um queniano e um sul-africano ficaram no apoio.
Começamos a aventura numa boa. Sair de Nairobi não é fácil. O trânsito era complicado, sem falar na adaptação da mão inglesa para pilotar. Como eu imaginava, ainda há muita pobreza nesse lindo país. Na estrada, paramos para comprar algumas bananas e muitos vinham oferecer seus produtos. Quando falávamos que não queríamos, ficavam bravos. É preciso ter cuidado ao filmar ou tirar fotos das pessoas. Eles não gostam. Outra situação bem curiosa (e triste) foi ver mães pedindo que levássemos suas jovens filhas. Fiquei chocado. Infelizmente, a pobreza fala muito alto.
No primeiro dia de visitação a um dos parques nacionais no Quênia, tive dois pneus furados. Fato curioso foi deixar as motos trancadas em salas durante a noite. O motivo? Os búfalos poderiam destrui-las se ficassem no seu caminho. Do lago Nakuru ao lago Victoria foram 210 km. Paramos para tirar algumas fotos e fomos impedidos de registrar os trabalhadores na plantação. Não entendemos o motivo.
No caminho para o Parque Nacional Maasa Mara, tivemos um momento muito interessante. Paramos e ficamos conversando com o povo na estrada. Foi sensacional, o povo é alegre e do bem. Experiência fantástica! Pouco antes de Maasa Mara, a maioria das pessoas acabou deixando a moto e foi de carro até o parque, porque a estrada de pedra e saibro era um pouco perigosa. Ficamos somente eu e um canadense na aventura em duas rodas até o parque. E foi maravilhoso. Os animais do parque passam ao longo da estrada e isso foi sensacional.
No parque Maasa Mara começamos o dia às 4h30 para um passeio de balão. Às 6h30 estávamos no ar fotografando os animais. Após 2 horas de vôo, paramos no meio do nada e tomamos café da manhã. O resto do dia foi para o safári fotográfico, vendo os animais soltos lá de cima.
Foram cerca de 2.500 km rodados pela África, vivenciando a vida selvagem e andando de moto, que certamente ficarão para sempre na minha memória.
A matéria completa está na edição de dezembro (471) de Duas Rodas.
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