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07/01/2014 17:55
Após a importação de algumas unidades em 2013, a Multistrada 1200 chegou às concessionárias no modelo 2014 montado em Manaus (AM). Criada para viagens confortáveis sem abrir mão da identidade Ducati e de performance esportiva, a atual campeã da prova de subida de montanha americana Pikes Peak teve sua versatilidade avaliada na serra catarinense. Partimos da Serra do Rio do Rastro, a “versão brasileira” da prova de Pikes Peak: as mesmas 156 curvas estão concentradas em menos de 10 km, a metade da extensão da prova americana! A partir de lá seguimos por 350 km pelo planalto incluindo a subida do Morro da Igreja e retornando por São Joaquim até a Serra do Rio do Rastro, no município de Bom Jardim da Serra.
Além de cênico, o percurso reúne estradas em diferentes condições que permitiram avaliar não só o conforto e o desempenho da Multistrada, mas também os quatro modos de pilotagem (Sport, Touring, Urban e Enduro). As quatro possibilidades de seleções eletrônicas influem na curva de potência do motor (150 cv com entrega plena, 150 cv com entrega progressiva ou limitada a 100 cv), intensidade de atuação do controle de tração e do ABS, que também podem ser ajustados individualmente. Na Serra do Rio do Rastro, com curvas de quase 180° e asfalto úmido, começaríamos pelo modo Touring e depois passaríamos ao Sport.
Ao montar na Multistrada é inevitável lembrar das big trail com altura de suspensão elevada, posição e banco confortáveis, para-brisa regulável e protetores de mão. Todas essas conveniências estão lá, mas à moda Ducati. A moto é mais esguia e baixa, aumentado a rapidez para mudar de direção; o banco se estreita na parte da frente e conta com tecido antiderrapante nas laterais para firmar as pernas contra o tanque durante a pilotagem esportiva; o sistema de suspensões ajustáveis foca a precisão no asfalto, sem excesso de curso para grandes obstáculos off-road (o sistema de ajuste eletrônico Skyhook é item de série na versão S, junto com malas laterais e aquecimento de manoplas); por fim, o motor de 2 cilindros herdado da superbike 1198 despeja potência quando necessário e também atende a uma tocada tranquila. Revisto para a Multistrada, o propulsor ficou mais suave e não exige mais uma condução esportiva que sempre mantenha altas rotações, no entanto rende melhor a partir de médios regimes – sua característica definitivamente não é o torque em baixas rotações.
Basta uma sequência de curvas fechadas com bom asfalto como na SC-110, especialmente depois de Urubici, para conferir como os limites da Multistrada são elevados em condução esportiva. A sensação de confiança transmitida por pneus, suspensões, freios e a eletrônica embarcada, equivalentes aos usados nas superbikes, instiga a acelerar e não deixa dúvida de que se está numa Ducati. Ao fim do trajeto pela serra catarinense fica claro que o grande mérito da Multistrada é conseguir atender bem a múltiplas situações e tipos de percurso, com conforto e grande auxílio da eletrônica, mas sem abandonar a identidade da marca e sua característica vocação esportiva.
Ducati Multistrada
Motor: 1.198cc, 2 cilindros a 90°, 4 válvulas por cilindro, refrigeração líquida
Potência: 150 cv a 9.250 rpm
Torque: 12,7 kgf.m a 7.500 rpm
Suspensões: dianteira e traseira ajustáveis em compressão, retorno e pré-carga da mola
Pneus: 120/70-17 e 190/55-17
Freios: discos de 320 mm com pinças de 4 pistões na dianteira e disco de 245 mm com pinça de 2 pistões na traseira
Peso: 224 kg (std. em ordem de marcha)
Tanque: 20 litros
Preços: R$ 67.900 (std.)/R$ 79.900 (S Touring)/R$ 89.900 (S Pikes Peak)
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