Uma GS para o asfalto

Nova BMW F700GS é variação da 800 mais amigável para estradas pavimentadas e uso urbano

05/12/2016 11:35

A F700GS, no Brasil sucessora da G650GS, é na verdade uma variante da F800GS. Assim como a Triumph tem as Tiger 800 XR e XC, agora a BMW vende no país a 700 para uso predominantemente on-road ou urbano, mais baixa e com rodas de liga leve, sendo a dianteira de 19 polegadas, enquanto a 800 permanece com cursos de suspensão maiores (230 mm e 215 mm contra 170 mm em ambas da 700), rodas raiadas e aro 21.

Apesar do nome, o motor é o mesmo de 2 cilindros com 798cc, exceto por ajustes no comando de válvulas e na eletrônica priorizando baixos regimes e economia de combustível, reduzindo a potência máxima de 85 cv a 7.500 rpm para 75 cv a 7.000 rpm e o torque de 8,4 kgf.m a 5.750 rpm para 7,85 kgf.m a 5.300 rpm. O chassi é o mesmo em treliça de aço, com a distância entreeixos encurtada para melhorar a agilidade, o que somado à roda menor a torna mais rápida especialmente no uso urbano. A altura do banco a 820 mm (menor em 75 mm) é outra contribuição, para que os pés alcancem o chão nas constantes paradas do trânsito.

Neste primeiro contato com a F700GS viajamos pelo interior do estado de São Paulo, com direito a um trecho off-road, que ressaltou as diferenças entre as versões. Na estrada nota-se a menor potência, as reações ao acelerador são menos imediatas e em 6ª marcha nas subidas é preciso girar um pouco mais o punho para que mantenha a velocidade, mas não pense que é preguiçosa, porque deixando os giros subirem é possível alcançar os 200 km/h no painel. O motor gera certa vibração, nada que chegue a incomodar.

As suspensões são firmes e chegam a transferir um pouco da energia de seus movimentos para o corpo, por outro lado copiam bem o asfalto e transmitem segurança ao garantirem precisão e boa estabilidade. Só há regulagens de pré-carga de mola e retorno na traseira, nas bengalas tradicionais (são invertidas na 800) não há ajustes. Já rodando pelas estradas de terra, onde havia trechos de areia fofa e cascalho, a nova GS dá conta do recado desde que haja mais cuidado com as rodas de liga e não se queira realizar as mesmas extravagâncias possíveis com a 800. Na volta baixamos a calibragem dos pneus Michelin Anakee lll e a tração melhorou bastante.

O sistema de freios está bem dimensionado, são os mesmos dois discos de 300 mm de diâmetro com pinças de dois pistões na dianteira e de 265 mm e pistão único atrás. O sistema ABS pode ser desligado, assim como o controle de tração. Aquecimento de manoplas e protetores de mãos também são itens de série.

Por R$ 39.950, ou R$ 6 mil a menos que a 800, a F700GS se torna uma ótima opção para quem não pretende fazer uso off-road (ou raramente), e principalmente para facilitar a vida em percursos urbanos. Além do preço, a menor altura é característica fundamental para torná-la acessível a um número maior de compradores potenciais. A concorrente direta Triumph Tiger 800 XR custa R$ 37.990 e sua versão mais completa XRx (acrescenta modos de pilotagem, cruise control e para-brisa ajustável), R$ 42.990. 

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