Speed Triple chega renovada e mais sofisticada no modelo 2017

Símbolo do estilo naked, a Triumph Speed Triple começa a ser vendida apenas na versão topo de linha R

29/07/2016 10:41

A Triumph renovou a Speed Triple, precursora do estilo naked na década de 1990, com uma enorme quantidade de mudanças técnicas. Na Europa foi apresentada em duas versões, a básica S e a mais refinada e esportiva R, com destaque para as suspensões Öhlins totalmente reguláveis, além de para-lamas e abas do tanque de fibra de carbono. O modelo topo de linha é a Speed que está disponível para o motociclista brasileiro, com preço de etiqueta de R$ 59.500 e o modesto volume de vendas esperado de 15 unidades mensais. Será mesmo modesto ou realista diante da forte e hoje variada concorrência? Na mesma faixa de preço está a BMW S1000R, mas o cliente potencial também pode se sentir seduzido a pagar mais por Ducati Monster 1200 e KTM 1290 Super Duke, ou a desembolsar menos por Kawasaki Z1000, Suzuki GSX-S 1000 e Honda CB 1000R (com as quais a Speed anterior concorria por R$ 44 mil). Então vamos às armas da Triumph para entendermos onde ela se encaixa nessa disputa feroz. 

A identidade do modelo foi mantida, seguindo clara inspiração na primeira versão da Speed Triple, com porte minimalista, chassi de treliça, dois faróis (agora de LEDs) e sua minúscula carenagem, pequenas abas laterais adornando o tanque e as duas ponteiras embaixo do banco. A maioria das modificações aconteceu no motor tricilíndrico 1050, que além de se adequar à nova legislação de emissões precisava ganhar fôlego contra opções cada vez mais fortes. Recebeu componentes novos desde a caixa de ar, passando por coletor de admissão, borboletas de injeção eletrônica, cabeçote com câmara de combustão revista, outros pistões e virabrequim. Os resultados foram mais potência e torque máximos (de 135 cv para 140 cv e 11,3 kgf.m para 11,4 kgf.m), mas também curvas mais planas, ou seja, mais disposição e linearidade durante a aceleração. A nova central eletrônica (ECU) e seu acelerador eletrônico vieram da Daytona 675, e com eles os cinco modos de entrega de potência (Rain, Road, Sport, Track e Rider, este completamente customizável) e controle de tração.

A bela impressão visual da Speed Triple instiga a conferir se é boa mesmo, o primeiro teste foi feito em autódromo de traçado travado, com asfalto bastante irregular. A posição de pilotagem é agressiva como seria de esperar numa naked esportiva, o corpo fica inclinado à frente, sobre o tanque, e as pedaleiras recuadas deixam o condutor escondido atrás do painel e sua minúscula bolha. O guidão em altura intermediária tem boa largura para a alavanca no direcionamento da moto e o banco confortável com boa densidade de espuma, resta saber se para ficar rodando por várias horas não se torna cansativo. Nas voltas que demos no circuito fechado não causou desconforto, há bom espaço para se acomodar sobre ele e movimentar-se na pilotagem esportiva, independentemente do tamanho do piloto.

Eficiência em movimento

A Speed Triple R é ágil e rápida para ser direcionada, responde ao comando do piloto praticamente por instinto e com muita precisão, os excelentes pneus Pirelli Diablo Supercorsa ll garantem o grip necessário para mantê-la pregada ao chão. Para avaliar as respostas do tricilíndrico começamos no modo Road, nele o motor tem respostas rápidas ao giro do acelerador e deixa toda a cavalaria disponível, ABS e controle de tração são bem percebidos quando se abusa um pouco mais nas frenagens e nas retomadas com a moto ainda inclinada. No modo Sport a intromissão de ABS e controle de tração são menos invasivas, mas ainda perceptíveis, é possível sentir os pequenos cortes de ignição para evitar as derrapagens. E finalmente no modo Track, mais intenso, instigante e divertido, é possível levantar a roda dianteira e deslizar nas frenagens e acelerações, basta ter habilidade e estar em local adequado para se divertir à vontade. O Rain, claro, serve para rodar com segurança sob condições adversas, portanto as respostas ao acelerador demoram mais e a assistência eletrônica estará em alerta máximo para perda de aderência. Também é possível deixar tudo a seu gosto, basta selecionar o modo Rider e selecionar o modo de potência, desligar o ABS e o controle de tração se quiser.

Grande virtude da Speed Triple está sem dúvida na qualidade dinâmica entregue pelas suspensões Öhlins ajustáveis (cursos de 120 mm na frente e 130 mm atrás). Na frenagem a Triumph renovada também conta com excelentes componentes, dois discos de 320 mm de diâmetro com pinças monobloco radiais de quatro pistões da italiana Brembo garantem ótima pegada inicial, bom tato e respostas fortes. O disco de 255 mm na traseira é mordido por uma pinça Nissin de dois pistões e faz bom par com o dianteiro. No teste em pista o sistema aqueceu, dando um pequeno sinal de fading, baixando o manete, mas sem perder eficiência.

A nova Speed Triple é uma moto equilibrada e divertida de se pilotar, que entrega mais disposição para acelerar em baixas e médias rotações do que as opções japonesas, além da indiscutível qualidade dinâmica por conta dos componentes superiores de suspensões, freios e pneus. Tecnicamente seria a opção intermediária entre as japonesas e a BMW S1000R, mas fica difícil concorrer com a alemã pelo mesmo preço e imaginar quem abriria mão de 20 cv extra, suspensões ativas, quick-shifter, cruise control, aquecimento de manoplas... Só um teste comparativo e todas as medições de performance permitiriam afirmar se contra o motor da BMW a Triumph ainda se destacaria pela linearidade e disposição em baixas e médias rotações, atendendo melhor a outro perfil de motociclista.

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